segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Química

Foto: Instagram

Tenho me questionado bastante sobre o que é essa tal de química. Essa coisa que transcende razão, as regras, a lógica, o óbvio. Essa coisa de pele, de alma, de sabe-se lá o quê. Que desafia os sentidos. Quebra preconceitos.

De todas leituras o que mais me chamou atenção e também presente em todos os textos que li foi que sem ela, a transformação do ser humano seria impossível. Que é através da atração que ela provoca que dois seres se encontram e se transformam... Unh... No mínimo interessante...

E dá-lhe barulho nessa cabecinha... Por quê? E entre dias de preguiça e dias de trabalho, estava eu aqui assistindo programas culinários... Já pensou na transformação de dois ingredientes fervendo juntos? Se misturando, pegando um do outro seu sabor e se transformando em uma nova criação.

O fogo transforma. A água mistura. O fogo queima, ebule. A água acalma, flui. O prato pode ser diverso. O prato pode ser monótono. Penso em um único prato com muitos ingredientes. Cada garfada um sabor. Uma descoberta a cada prova. A combinação de ingredientes pode ser maravilhosa assim como péssima. Ou inusitadamente exótica.

E a tal da química da transformação vai longe... Tudo isso tem me feito pensar na química dos alimentos, na química do corpo, na química da alma. Na minha relação com a alimentação. Como eu me nutro. Na minha relação com as minhas plantas, se elas florescem, se elas secam, se elas crescem ou definham. De que nutrientes precisam, quanto de água elas absorevem.

E tem o fermento, o tal igrediente que, com tempo certo e em medida adequada traz crescimento. Quem sem fermento avança na vida?

Que triste seria uma vida sem tempero, penso. Que difícil uma vida demasiadamente apimentada. Muito doce, diabetes, muito sal, infarto. Como encontrar o equilíbrio dos ingredientes que possa trazer leveza e excitação? Para tempos frios, uma sopa, para tempos quentes, um sorvete. Tudo tem seu tempo, tudo tem sua estação. Doce demais enjoa, salgado demais amarga.