terça-feira, 15 de maio de 2012

Círculos & Identidade

Foto/Reprodução: Instagram

Era uma colcha como outra qualquer. Preta e branca. Ou melhor, branca. Mas a menina desenhava círculos ovais que ao ficarem prontos se moviam conforme o movimento da mão enquanto os desenhava. Giravam. Eram círculos pretos, de linha extremamente fina e próximas uma das outras. Giravam em sentidos contrários, com velocidade diferente. Com raiva diferente. Tinham tamanhos diferentes.

E quando ela terminou de desenhá-los, os círculos se moviam de forma tão desordenada que ela continuava sem entender o que sentia. E resolveu se debruçar sobre aquela cama que parecia macia para um momento triste e confuso. Mas seria como debruçar sobre suas incertezas. Ali estavam elas, tão desordenadas. Repousar ali era se entregar a confusão ou enfrentá-la?

Deitou. Queria ser tomada pelos círculos, mas ainda não tinha certeza do que acontecia. Se seria sugada ou se os absorveria. Despertou para uma identidade que não conhecia.

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